terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Espaços inclusivos

Oi Gente! Vocês estão acompanhando a saga da nova cadeirante da Globo? Várias vezes tem sido mencionada a predominância de espaços inacessíveis a deficientes físicos e, conseqüentemente, a dificuldade que Luciana enfrentará para vencer essas barreiras arquitetônicas. É certo que, em vários casos, apenas o tipo e a disposição dos objetos usados já torna esses ambientes inclusivos. Então, vamos dar uma olhada como devem ser alguns mobiliários e ambientes para facilitar a vida de Luciana, ou de qualquer pessoa com qualquer deficiência. Simbora!

Telefones

De acordo com a NBR5090, nas edificações públicas ou de uso coletivo, deve haver em cada pavimento, no mínimo, um telefone acessível junto aos demais aparelhos. Os espaços públicos devem prever 5% dos aparelhos adaptados ou, no mínimo, um aparelho acessível.

Os telefones acessíveis devem prever uma área de aproximação frontal e lateral para usuários de cadeira de rodas, bem como dimensionamentos que possibilitem o uso confortável do aparelho. É importante que o aparelho telefônico para deficientes auditivos esteja anexado ao aparelho convencional.


Bebedouros

O acesso a bebedouros ainda é uma dificuldade para crianças e cadeirantes, pois maior parte dos fabricantes não produz esses equipamentos de acordo com o Desenho Universal. Para ser acessível, além de seguir o dimensionamento adequado, o bebedouro deve ainda: possibilitar a aproximação frontal do módulo de referência e permitir o avanço sob o aparelho até, no máximo, 50 cm; conter dispositivos de acionamento com sinalização em Braille, na frente ou na lateral, próximo da borda; apresentar barras de apoio horizontal ao redor de todo o aparelho. É aconselhável a instalação de barras verticais em cada lateral do bebedouro.


Balcões de atendimento

Os balcões de atendimento devem dispor de, pelo menos, uma parte da superfície acessível às pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, seguindo as normas técnicas de acessibilidade. A área inferior deve ser recuada de forma a permitir aproximação frontal.


Cozinhas e Copas

Para que as cozinhas sejam acessíveis a usuários de cadeiras de rodas, estas devem garantir: a aproximação frontal a pia, de forma que é aconselhável a ausência de armários embaixo do balcão; um alcance máximo confortável de todos os materiais e móveis que serão utilizados; um giro confortável do módulo de referência.


É importante que os armários estejam em locais que não atrapalhem a circulação e em altura de fácil acesso. Além disso, as torneiras de alavanca são as mais adequadas para o este local, visto que são mais fáceis e confortáveis de ser utilizadas.


Locais de esportes e lazer

Em locais onde são realizadas estas atividades, deve haver um cuidado especial com o revestimento do piso, para que este não se torne uma barreira aos usuários de cadeira de roda ou àqueles com mobilidade reduzida. Portanto, estes devem ser antiderrapantes e apresentar bom nivelamento. Estes espaços devem conter bebedouros, bilheterias e balcões acessíveis, localizados em rotas também acessíveis.

A acomodação nas arquibancadas deve ser feita de forma que não obstrua a visão dos outros espectadores. Além disso, deve ser garantido conforto, integração, boa visibilidade, acústica e segurança. Para garantir a segurança, é essencial o emprego de guarda-corpo.


Vestiários

O espaço do vestiário deve possibilitar um giro completo do módulo de referência. Caso existam armários, estes não devem interferir na circulação e devem estar em uma altura confortável que possibilite aproximação frontal do cadeirante. É aconselhável a existência de barras de apoio e espelhos com 10° de inclinação.


Piscinas

As piscinas são equipamentos que podem ser utilizados em atividades de lazer, assim como de reabilitação e tratamento para diversos tipos de deficiências. Para um uso adequado deste equipamento, este deve: prever acesso à água por meio de elementos de transferência, como degraus e rampas; apresentar banco de transferência, que esteja associado à rampa ou à escada e ligado à plataforma submersa. É indispensável o emprego de pisos antiderrapantes no tratamento das superfícies na área ao redor da piscina, no banco de transferência, na plataforma e nos degraus.


Quartos e dormitórios

De acordo com a NBR9050-2004, pelo menos 5% de quartos e dormitórios devem ser acessíveis e localizados em rotas acessíveis, devendo existir no mínimo um do total de dormitórios com sanitários. Além disso, outros 10% dos dormitórios devem ser adaptáveis.

Estes ambientes devem dispor de: dispositivos de chamada para caso de emergência no sanitário; dispositivos de sinalização e alarme de emergência que possam alertar pessoas com deficiência auditiva e visual; espaço de circulação que permita um giro completo do módulo de referência.

Quando forem previstos telefones, interfones ou similares, estes devem ser providos de sinal luminoso e controle de volume de som. Por sua vez, camas, poltronas, cadeiras e bancos devem ser conter encostos e uma altura próxima de assento de 0.46m do piso. As dimensões do mobiliário desses ambientes devem atender às condições de alcance manual e visual.


Pode ser necessária a instalação de triângulos metálicos, fixados no teto através de corrente ou barras na lateral, a fim de facilitar a transferência. É, ainda, aconselhável a instalação de ganchos próximos da cama, para pendurar algum utensílio pessoal.


Sanitários

Os sanitários são os locais de maior exigência em relação à acessibilidade, devido à quantidade de detalhes construtivos e de colocação adequada dos acessórios. Em locais públicos, 5% do total dos sanitários devem ser adequados ao uso de deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. É importante que estes ambientes estejam situados em rotas acessíveis, próximos à circulação principal.


Barras de apoio devem ser instaladas na frente do lavatório, o qual deve estar inserido de forma a possibilitar a aproximação frontal e não interferir na área de circulação. Barras de apoio também são essenciais nas laterais do vaso sanitário, o qual é preferível sem caixa acoplada.


A torneira empregada nesses ambientes deve ser do tipo sensor, alavanca ou de pressão. Por sua vez, a válvula de descarga deve ser de leve pressão, a fim de proporcionar um uso mais confortável. No caso de haver mictório individual, este deve ser provido de barras de apoio fixadas na vertical.


Situação de banho com chuveiro

Os boxes que empregam chuveiro e ducha, a fim de serem inclusivos, devem dispor de: área de transferência externa ao boxe; banco preferencialmente articulável para cima ou removível, com bordas arredondadas e superfície antiderrapante e impermeável; barra de apoio vertical do lado de transferência e em forma de “L”; Ducha manual com suporte de fixação na parede.


Situação de banho com banheira

Os banheiros acessíveis que empregam banheira, devem dispor de: área de transferência lateral; plataforma ou banco, de material impermeável ou antiderrapante, para a transferência do usuário de cadeira de rodas; barras de apoio horizontal e vertical; torneiras do tipo monocomando, acionadas por alavancas e localizadas, de preferência, na parede lateral da banheira.


Ainda sobre o assunto, vale a pena dar uma conferida no Guia de Acessibilidade do Ceará e no Mão na Roda - Guia de sobrevivência de um cadeirante cidadão!


Referências: Guia de Acessibilidade: Espaco Publico e Edificacoes. 1 ed./ Elaboracao:

Nadja G.S. Dutra Montenegro; Zilsa Maria Pinto Santiago e Valdemice

Costa de Sousa. Fortaleza: SEINFRA-CE, 2009.



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